Seus temas de pesquisa estão relacionados com a história e a literatura do cristianismo no mundo antigo, com foco especial nos textos apocalípticos judaicos e cristãos.
Como se originou o cristianismo? Quem eram os primeiros seguidores de Jesus de Nazaré? De que estratos sociais provinham? A que etnias pertenciam? No que eles criam? Quais suas práticas religiosas? Com embasamento em pesquisas recentes da exegese bíblica, essas e outras questões são abordadas neste livro de forma simples e direta. Ele cobre da origem do movimento cristão no judaísmo, passando por João Batista, pelo movimento profético de Jesus de Nazaré na Galileia, até a disseminação das comunidades por todo o Mediterrâneo e as tentativas de organização das igrejas do segundo século. Ainda que a narrativa vá até os pais da igreja, que formaram o critianismo estabelecido, não ficaram de fora os movimentos marginais, alternativos, chamados de heréticos. Trata-se de uma história do cristianismo antigo feita para os nossos dias: tempos de luta por diálogo e valorização das diferenças. Nela poderemos reconhecer traços da piedade viva de homens e mulheres comuns. Essa história do cristianismo das origens é breve, informativa e abre perspectivas para que o leitor possa revisitar o Novo Testamento e os textos apócrifos
Este livro explora a tese de que o cristianismo se origina em profundo diálogo com a cultura popular do Mediterrâneo, com a cultura de subalternos, que no Império Romano representavam não menos que 97% de toda a população. Isso significa ir um passo além da já consagrada tese de que os primeiros cristãos eram pobres e que pregavam transformação social. Entender a religião nascente no quadro da cultura popular é perder o controle teológico do mesmo, pois como popular e subalterno ele dialoga e interage com narrativas e práticas religiosas das mais inusitadas. Dois exemplos: a) os primeiros cristãos eram apaixonados por narrativas. No entanto, elas adaptavam os gêneros narrativos em busca de feitos extraordinarios, como, por exemplo, nos evangelhos e nos atos apócrifos; b) como a religião do povo o cristianismo buscava certa eficácia ritual, por isso os primeiros cristãos eram ávidos praticantes de magia, em suas mais diversas formas. E como há magia nas nossas fontes! Estudar o cristianismo primitivo como forma de religião popular do mundo antigo nos tranforma o olhar sobre as origens, nos permite corrigir dogmatismos e leituras históricas estanques, nos lançando num mundo de relatos, símbolos e práticas surpreendentes. Esta obra ganhou tradução ao Espanhol em 2019, sendo publicado por Ediciones Sígueme.